Anna Behatriz Azevêdo
Ao caírem as abas
Ano: 14/2018. Duração do espetáculo: 40 min
Intérpretes-criadoras: Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo
Músico: Jeferson Leite
“Ao caírem as abas” nasceu da parceria entre três artistas: Aline Brasil é bailarina, atualmente residente na cidade de São Paulo-SP, Anna Behatriz Azevêdo é bailarina e artista plástica e Jeferson Leite é músico, ambos residentes na cidade de Goiânia-GO. Dança e música se entrelaçam numa relação de improvisação e escuta transitando entre cenas construídas ao longo de diversas apresentações realizadas desde o ano de 2012.Como grande parte do processo criativo aconteceu um apartamento fechado, o trabalho adquiriu uma relação de proximidade e deslocamento com o público, rompendo com a estrutura de palco. O público é levado a transitar pelo espaço à medida em que as cenas acontecem em diferentes lugares.
“Ao caírem as abas” é um trabalho artístico cujas principais referências partiram da leitura do conto “Cadeira” de José Saramago e se estenderam para outras perspectivas em torno da discussão sobre a queda de uma cadeira que, com os anos, torna-se frágil por guardar dentro de si seres que carcomem o seu interior, construindo caminhos e significados que só se tornam visíveis quando a sua estrutura roída cai. A leitura sobre esta queda trouxe, na perspectiva dos artistas criadores, diversas imagens que traduzem a degeneração, a decomposição, o limiar entre a vida e a morte, o último respiro e a persistência em vida.
A Trança Perdida
Ano: 2023. Duração do espetáculo: 45 min
Intérprete-criadora: Anna Behatriz Azevêdo
Composição trilha sonora: Ubiratan Costa
Criação de Luz: Daniel Calvet
Figurino: Milleide Lopes
Filmagem e criação dos videos: Anna Behatriz e Jayme Marques
Texto e voz: Anna Behatriz
Fotografia: Layza Vasconcelos
A Trança Perdida é um solo de dança criado e interpretado pela artista Anna Behatriz Azevedo. Este trabalho é produzido a partir de memórias, percepções e sensações cujo estopim foi uma fotografia de sua mãe Ana jovem habitando o alpendre da casa da avó de Anna filha e através da pesquisa poética e teórica, desenvolvida pela artista entre os anos de 2016 a 2018 em forma de escrita-ensaio que culminou em livro. Elementos da imagem tais como: alpendre, posição de Ana, luzes e sombras e o Sol, são re-arranjados e re-significados neste solo de dança, desenhando compreensões ambíguas de um apego à existência e eclosões de memórias, alinhavadas em delicadeza bruta. Neste solo de dança, os tempos se entrecruzam, assim é atualizada a memória de um momento de afeto vivenciado por Ana e a artista quando pequena: o gesto de manejar os cabelos das crianças para catar lêndeas e piolhos, memória esta, deflagradora de imaginações e estados de corpo. Ao manejar e catar, surgiam conversas dos adultos, o devir-criança da artista então escuta o assunto de uma trança, um pedaço do cabelo de sua mãe, cortado quando ela tinha 12 anos (1967), guardado e esquecido por muito tempo nalgum lugar. Esta trança que ficou perdida por muitos anos, reaparece hoje como força que fricciona imagens, dança, falas e escritas, potencializando questões como: Se cabelo é uma parte de nosso corpo composta por células mortas, ao cortá-lo, por que guardamos? Ao encontrar tais pedaços, como eles podem nos compor no presente? Quais podem ser os sentidos e significados do cabelo na cabeça? E fora dela?
Estilhaço
Ano: 2019/2020. Duração espetáculo: 35 min.
Anna Behatriz Azevêdo: criação, interpretação, edição
Ubiratan Costa: trilha sonora
Luciene Araújo: iluminação
Milleide Lopes: figurino
Fora da Lei: filmagem
Allan Santana: voz/batida
Assistente de produção: Juliana Calado
Registro fotográfico: Jayme Marques